Certificação LibreOffice

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Prefácio

A certificação tem sido tradicionalmente associada a vendedores de programas proprietários, embora o sistema esteja preparado para vendedores FOSS tal como MySQL, RedHat e SUSE há vários anos. A certificação fortalece a relação entre parceiros, assegurando uma qualidade de serviço suficientemente boa para evitar problemas aos utilizadores finais. há dois aspetos diferentes na certificação. Um é certificar organizações reconhecidas ou franchisadas e o segundo é certificar competências em perícias específicas. Um programa de certificação típico é dividido em dois níveis (a maioria usa a escala bronze, prata, ouro, platina) e estabelece diferentes condições para os parceiros, baseadas no seu nível (pagando taxa anual e tendo uma ou mais pessoas treinadas no produto). Em troca, o parceiro recebe um selo "certificado", e tem algumas vantagens, como por exemplo, uma linha dedicada para assistência ou vários produtos de demonstração). O parceiro é "certificado" para vender o produto e dar-lhe assistência, fornecendo um valor acrescentado.

 

Razões para Certificação

A certificação, quando bem utilizada, não é só mais um papel ou uma sigla junto ao nome ou um logótipo num cartão de visita. De acordo com o ponto de vista da TDF (The Document Foundation), profissionais certificados têm o objetivo de estender o alcance da Comunidade ao mundo empresarial, oferecendo a Chefes oficiais de informação e gerentes de Tecnologias de Informação um reconhecimento profissional em linha com as ofertas proprietárias (para lhes dar uma escolha comparável, não limitada a programas mas incluindo serviços de valor acrescentado).

A certificação deve ser um canal valorizável para compromissos mais profundos, que conduzam à satisfação do cliente. Através da comunicação direta com indivíduos na Comunidade, utilizadores empresariais pode dar sugestões para melhorar o programa, comunicar novas ideias para TDF e trabalhar em conjunto para aumentar a satisfação da estrutura e o conteúdo da certificação LibreOffice.

A certificação ajuda a lidar com duas fraquezas intrínsecas de programas gratuitos:

1. a percepção de que o FOSS (programas gratuitos de código aberto) é mais adequado para quem gosta de começar cedo e experimentar do que para a maioria das pessoas.

2. a incapacidade de gerar rendimento sustentável através de licenças de programas, especialmente no computador de secretária.

A TDF reconhece estas fraquezas e ataca-as fornecendo uma versão específica do programa mais adequada a utilizadores comuns e desenvolvendo um ecossistema capaz de servir as necessidades de utilizadores mais conservadores e gerando rendimentos para o desenvolvimento do programa.

Assim, o desafio é construir um projeto, um produto e um ecossistema (os componentes de "todo" o produto, de acordo com a brilhante teoria de Geoffrey Moore, para atravessar o marasmo (uma calmaria drástica no mercado de desenvolvimento que ocorre após o mercado visionário ficar saturado e os pragmáticos não comprarem uma tecnologia descontinuada a não ser que identifiquem outros pragmáticos, que são altamente orientados pela assistência).

 

O ecossistema

A TDF promove o ecossistema pelos seus canais e com campanhas agressivas de marketing, dirigidas a utilizadores empresariais, para aumentar a adoção do LibreOffice baseada em serviços de valor acrescentado prestados por profissionais certificados para migração, integração, desenvolvimento, assistência e treino. Os membros da TDF ativamente envolvidos numa destas áreas serão certificados gratuitamente, desde que demonstrem que as suas capacidades cumprem com os padrões. De outra forma, a Certificação LibreOffice será baseada em taxas, que podem variar de acordo com o valor que o parceiro possa acrescentar ao projeto.

Os parceiros certificados venderão os seus serviços aos seus clientes promovendo-os às suas perspetivas, desenvolvendo e prestando serviços acrescentados a mercados verticais, juntando o LibreOffice a computadores pessoais e criando relações com os clientes em conjunto com a TDF. Aos parceiros certificados será pedido que se fiquem pelos requisitos da certificação e que façam um relatório acerca de desafios e oportunidades ligadas à Certificação LibreOffice.

Os utilizadores finais beneficiam dos serviços de valor acrescentado prestados por profissionais certificados e suportam, indiretamente, o crescimento da TDF e do LibreOffice.

 

Certificação LibreOffice

A certificação é um marco chave na construção do ecossistema LibreOffice e aumenta o número de organizações capazes de valorizar o LibreOffice (e, esperamos, ajudar a ajude a aumentar a adoção de aplicações de escritório de código aberto). A certificação vai também ser uma oportunidade adicional para a TDF, pelo menos a médio/longo prazo, para sustentar o crescimento do ecossistema.

O modelo de certificação da TDF  será diferente do das empresas de programas comerciais, uma vez que a TDF - por exemplo - não pode oferecer descontos sobre os preços (uma das vantagens típicas dos parceiros certificados). Desenvolvendo um novo modelo de certificação é tanto um desafio como uma oportunidade para TDF e para os seus parceiros.

O ecossistema (informal) da TDF já inclui os recursos para criar este novo programa de modelo de certificação e para o tornar interessante para o mercado (i.e. indivíduos e empresas que ainda não pensam em ser parceiros da TDF, mas têm o potencial para tal). De qualquer maneira, a certificação TDF não será só relacionada com a pura dimensão do negócio, embora empresas capazes de gerar maiores negócios devam também contribuir com mais para o projeto.

Antes de começar o programa de certificação, deve ficar absolutamente claro que não é suposto tornar-se uma fonte de competição entre os patrocinadores da TDF (hoje: Canonical, RedHat e SUSE), parceiros da TDF como Lanedo e membros TDF que prestem SVA (serviços de valor acrescentado) ao mercado. Pelo contrário, fornece um método para regular a qualidade dos serviços prestados por estas entidades e um método para reconhecer que determinados serviços cumprem com critérios de regulação claros e transparentes. Isto ajuda a construir e sustentar o ecossistema.

O foco principal de um programa de certificação é o ambiente empresarial, embora a TDF - no futuro - possa também criar um programa de treino para o utilizador final como co-produto do treino empresarial (apesar de a maioria dos utilizadores finais peçam um treino básico e uma certificação tipo ECDL, que se pode tornar uma segunda fonte de rendimentos, baseada em treinos para os treinadores). Embora possa haver um grande pedido de certificação de utilizadores finais, isto não é importante como certificação profissional e não ajuda à construção do ecossistema.

 

Descrição do programa

O programa de certificação será supervisionado pelo quadro de diretores da TDF através de um Comité de certificação, que será puramente funcional, apresentando relatórios ao quadro de diretores trimestralmente. Os membros do comité serão aprovados pelo quadro de diretores.

As certificações TDF reconhecerão a competência individual mas não nem podem ocultar as ações do indivíduo certificado da TDF, nem a podem responsabilizar a TDF por essas mesmas ações. A qualidade do serviço é da inteira responsabilidade dos indivíduos certificados.

Para uma definição das categorias de certificação, veja a secção "Certificações individuais" abaixo.

O caminho de certificação será fácil e curto para membros da TDF e é exclusivo para membros da TDF na área de desenvolvimento. Para se tornar um Programador LibreOffice certificado é obrigatório não só ser capaz de entender o código do LibreOffice mas também escrever e submeter código ativamente durante pelo menos três meses antes de ser reconhecido como programador certificado e durante toda a duração da certificação. O estado Programador LibreOffice certificado cessa três meses após a última submissão de código, a não ser que seja concedido pelo Engineering Steering Committee.

Membros da TDF serão também os primeiros a serem certificados, de acordo com os critérios definidos pelo Comité de certificação para migração, assistência e treino.

Os critérios de certificação serão definidos pelo Comité de certificação, com a ajuda das empresas parceiras da TDF  e dos membros da TDF, em conjunto com os requisitos para se candidatar à certificação, os programas de treino para cada certificação e o processo de acreditação. O Engineering Steering Committee e os membros do Advisory Board são também instrumentos para a criação e evolução do programa de certificação.

A certificação será atribuída a indivíduos que demonstraram as suas capacidades participando na Comunidade ou que seguiram um treino de certificação e passaram o teste final. A certificação dura 24 meses de calendário desde a data do teste e é renovada por outros 24 meses seguindo outro treino de certificação e passando o teste respetivo antes (três meses) ou depois (três meses) da data de expiração.

A taxa de renovação é 25% mais baixa que a taxa de certificação. Indivíduos que não sigam o treino ou que falhem o teste final perdem a certificação e têm de percorrer todo o processo de certificação novamente (incluindo o pagamento da totalidade da taxa).

As organizações podem exibir um emblema "certificado" nos seus artigos publicitários (site da internet, folhas de dados, etc.) se tiverem um empregado certificado ou contratarem um membro da TDF certificado na área técnica (desenvolvimento, localização, QA, infraestrutura ou assistência), ou se empregarem ou contratarem um número de indivíduos certificados, de acordo com as seguintes proporções: até 8 empregados/pelo menos um certificado, até 20/pelo menos 2, até 30/pelo menos 3, até 50/pelo menos 4, até 100/pelo menos 5, até 200/pelo menos 6, acima de 200/pelo menos 7. O emblema "certificado" tem de ser aprovado pelo Quadro de diretores e pode ser revogado em qualquer altura.

As organizações que empreguem ou contratem vários indivíduos certificados com diferentes especializações podem ganhar um estatuto especial de Centro de competência do LibreOffice. Este estatuto será decidido pelo Quadro de diretores sob pedido do Comité de certificação, e pode ser revogado a qualquer altura por decisão exclusiva do Quadro de diretores. Este estatuto é baseado em vários parâmetros: competência, claro, mas também na relação com a TDF e a atitude global em relação a programas gratuitos.

Os treinos são em Inglês ou no idioma local, de acordo com a certificação pretendida: a migração será só em Inglês, uma vez que é o idioma oficial para interagir com a TDF, ao passo que o treino e a assistência serão no idioma local (uma vez que os profissionais certificados vão interagir acima de tudo com utilizadores locais). Os exames são feitos no mesmo idioma dos treinos.

Alguns treinos são feitos por vídeo conferência, o que permite aos participantes assistirem usando simplesmente um computador (Windows, MacOS X ou Linux), partilhando apresentações e outros documentos.

O Programa de certificação pode ser gerido por uma terceira parte nomeada pelo Quadro de diretores. A terceira parte pode cobrar uma taxa anual de certificação para sustentar o processo. Os lucros serão completamente reinvestidos no projeto.

O Comité de certificação nomeia os treinadores, escolhendo os indivíduos mais adequados para cada certificação. As primeiras tarefas destes serão adaptar os conteúdos do programa de certificação às necessidades locais (treino e materiais de teste). Os treinadores podem ser pagos pelo seu trabalho pela terceira parte que recebe as taxas de certificação.

 

Comité de certificação

O Comité de certificação não fará parte da TDF. O Comité de certificação supervisiona o processo de certificação, aprova certificações individuais (que têm de ser confirmadas pelo Quadro de diretores) e submete ao Quadro de diretores os nomes das organizações a serem aprovadas como Centros de competência LibreOffice.

O Comité de certificação é constituído por:

Italo Vignoli (coordenação); Olivier Hallot e Charles Schulz em representação do Quadro de diretores; Sophie Gautier e Cor Nouws em representação do Comité de membros; Jan Holesovsky (SUSE), Stephan Bergmann (RedHat), Björn Michaelsen (Canonical) e Tim Janik (Lanedo) em representação dos programadores; Jacqueline Rahemipour e Lothar Becker em representação de terceiras partes.

O Comité de certificação opera principalmente por correio eletrónico e IRC.

O Quadro de diretores pode alterar a composição do Comité de certificação a qualquer altura.

 

Certificações individuais

Programador certificado

É capaz de entender o código do LibreOffice para desenvolver novas funcionalidades ou fornecer assistência L3 a utilizadores empresariais, investigar e desenvolver soluções para novos problemas ou já conhecidos, desenhar e desenvolver um ou mais cursos de ação, avaliar cada um destes cursos num ambiente de teste e implementar a melhor solução para o problema. Uma vez verificada a solução, é entregue ao cliente e devolvida à comunidade. Programadores de núcleo certificados têm de ser membros atuais da TDF e parte da sua certificação é revista pelo Engineering Steering Committee.

 

Profissional de migração certificado

É capaz de coordenar o processo de migração do MS Office para o LibreOffice, trabalhando com o cliente para gerir a mudança em todos os aspetos (integração, desenvolvimento de macros e modelos, treino e assistência) para obter uma transição suave.

 

Treinador profissional certificado

É capaz de ensinar a utilizar o LibreOffice num nível básico, intermédio ou avançado.

 

Profissional de assistência L1 certificado

É capaz de gerir problemas básicos do cliente, reunindo informação e determinando o problema analisando os sintomas. Os especialistas em assistência técnica deste grupo gerem tipicamente problemas simples como verificar as definições das máquinas e dos programas e ajudando nos menus das aplicações. Num ambiente empresarial, o objetivo deste grupo é gerir 70%-80% dos problemas do utilizador antes de enviar o pedido de assistência para o nível L2.

 

Profissional de assistência L2 certificado

É capaz de dar assistência ao pessoal de nível L1 resolvendo problemas técnicos e investigando problemas enviados procurando soluções conhecidas relacionadas com estes problemas mais complexos. Se o problema é novo ou não se pode determinar a solução, é responsável por enviar o problema para o nível L3. Os especialistas em assistência técnica deste grupo gerem tipicamente problemas funcionais complexos. Dentro de um projeto de migração, é capaz de desenvolver macros e/ou modelos reproduzindo os desenvolvidos para o MS Office, para oferecer aos utilizadores finais do LibreOffice as mesmas funcionalidades a que estavam habituado.